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terça-feira, 31 de março de 2020


9º ano  Proª Sheila - Situação de Aprendizagem 01
A linguagem das Histórias em Quadrinhos
1- Você lerá a seguir a História em Quadrinhos (HQ) “Coji e Kaique: uma boa refeição”. Após a leitura, enumere cada um dos quadrinhos da HQ em sequência lógica
2- A HQ traz uma narrativa em que dois jovens, Coji e Kaique, conversam sobre um tema específico. Que tema é esse?
3- A respeito dos pontos de vista de Coji e Kaique (também chamado de Kai pelo amigo) referente à alimentação:
a)  os dois são convergentes do início ao fim da narrativa.
b)  convergem no início, mas mudam ao longo da narrativa e divergem no final dela.
c)   divergem no início, mas mudam ao longo da narrativa e convergem ao final dela.
d)  são divergentes do início ao fim da narrativa.
4- Uma das personagens se vale de um argumento para tentar convencer a outra do seu ponto de vista. Que ponto de vista é esse? Localize o argumento.
5- Embora se trate de apenas um argumento utilizado para convencer o amigo, a forma como ele é apresentado na HQ segue uma progressão: ele é dividido em dois quadros. Localize-os na HQ e descreva os elementos que se integram para dar força a esse argumento:
Fala da personagem




Extensão da fala
(Curta ou comprida?)



Postura do corpo







Cor de fundo




Expressão facial






6- No trecho em que Kai diz ao amigo: “Na real, escutei sim.  Parece realmente ser bem sério”, ele poderia ter usado outro verbo de ligação, o verbo ser: “Na real, escutei sim. É realmente bem sério”. Uma hipótese que comprova essa ideia é a de que:
a) Kai se convenceu de que manter uma alimentação saudável é importante para manter a saúde.
b) Kai não conseguiu entender a argumentação do amigo, que tentava convencê-lo sobre a importância de manter hábitos saudáveis.
c) Kai não quer demonstrar ao amigo que está convencido de que uma alimentação saudável é importante para a saúde, por isso usa “parece realmente ser bem sério” e não “é bem sério”.
d) Kai não se convenceu, mas não quer discutir com o amigo, por isso usa o verbo “parece” [bem sério] no lugar de “é” [bem sério].
7- Qual é o desfecho da HQ?
8- Para responder à próxima questão, leia o conceito abaixo:
Parafrasear: consiste em explicar algo que foi dito de outra forma, reformular para garantir que o outro entenda o que queremos dizer. Buscamos, ao parafrasear, um sentido mais preciso para aquilo que acabamos de explicar.
Crie paráfrases para cada um dos trechos - usados como argumentos - no texto 2. Não se esqueça de incluir um conectivo (isto é, ou melhor, melhor dizendo, dizendo de outra forma, em outras palavras) para “ligar” o texto original à paráfrase criada por você.
a) “Quem  disse isto  foi Christopher Langan, um  autodidata, americano tido como ‘homem mais inteligente dos EUA’, com QI de 195 pontos.”
b) “Na pesquisa foi utilizado um supercomputador para visualizar  de forma ampliada a formação de um ovo”.
c) “As mutações, que separam  uma  nova  espécie  de  seus  pais  geralmente ocorrem no DNA reprodutivo, presente em óvulos e espermatozoides. É isso que dá origem a novas espécies”.
9- Compare os textos 1 e 2. Analise o argumento apresentado por Coji (Texto 1) e os argumentos apresentados pelas duas personagens no Texto 2. Qual deles você julga mais consiste? Por quê?
10- Por que Coji consegue convencer o amigo no Texto 1, mas nenhuma das personagens do Texto 2 consegue convencer a outra?
Situação de Aprendizagem 02                                                                                                                        Gênero Crônica
Quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? O que você acha?
Leia a crônica a seguir, em que duas personagens inusitadas discutem a questão e responda:
DONA CONCEIÇÃO E O SENHOR JOAQUIM
Em uma famosa capoeira na região do Médio Tejo, o Senhor Galo e a Senhora Galinha debatiam avidamente um assunto deveras sensível:                                                                                  “Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?”                                                                                                          O animal heráldico estava consumido em sua raiva, pois ao discordar de sua posição, a vultuosa Palheirinha o chamara de “frango”.                                                                                                           - Pois vejas cá, Dona Conceição, me chamares frango em nada mudará, pois perdes nos teus argumentos e me miras com teus desaforos.                                                                                          - Chamei-te frango, porque estavas a fazer diabruras enquanto eu deitava meus argumentos sobre o assunto. A propósito, reafirmo: nasceu primeiro a galinha!                                                      - Não, senhora, nasceu primeiro o ovo e vou provar, pois digo que uma nova descoberta aponta que a galinha veio primeiro. Segundo os cientistas, a formação da casca do ovo depende de uma proteína que só é encontrada nos ovários deste tipo de ave. Portanto, o ovo só existiu depois que surgiu a primeira galinha. A proteína, chamada ovocledidin-17 (OC-17), atua como um catalisador para acelerar o desenvolvimento da casca. A sua estrutura rígida é necessária para abrigar a gema e seus fluidos de proteção enquanto o filhote se desenvolve lá dentro. A descoberta foi revelada no documento "Structural Control of Crystak Nucleo by Eggshell Protein", que em tradução livre quer dizer: Controle Estrutural de Núcleo de Cristais pela Proteína da Casca do Ovo. Na pesquisa foi utilizado um supercomputador para visualizar de forma ampliada a formação de um ovo. A máquina, chamada de HECToR, revelou que a OC-17 é fundamental no início da formação da casca. Essa proteína é quem transforma o carbonato de cálcio em cristais de calcita, que compõem a casca do ovo. Dr. Colin Freeman, do Departamento de Engenharia Material da Universidade de Sheffield, constatou: "há muito tempo se suspeita que o ovo veio primeiro, mas agora temos a prova científica de que, na verdade, a galinha foi a precursora."                                                                                                                     -Terminaste tua ladainha, Senhor Joaquim? Pois agora provarei o contrário:                               “Graças à genética moderna, podemos ter certeza de que o ovo veio antes. As mutações que separam uma nova espécie de seus pais geralmente ocorrem no DNA reprodutivo, presente em óvulos e espermatozoides. É isso que dá origem a novas espécies.” Quem disse isto foi Christopher Langan, um autodidata americano tido como “homem mais inteligente dos EUA”, com QI de 195 pontos, e queres discordar de meus argumentos, Sr. Joaquim? Pois continuarei! Já John Brookfield, especialista em genética da evolução da Universidade de Nottingham, na Inglaterra afirmou: “Quando a galinha ainda era um ovo, ainda assim ela era da espécie Gallus gallus. Portanto, a primeira forma de vida dessa espécie teria que ser um ovo.”                                                                       - Mas, Dona Conceição, deixe-me concluir...                                                                                   Ainda não terminei meus argumentos, oras, gajo! Esperes que direi agora o que David Papineau, especialista em filosofia da ciência do King’s College de Londres, na Inglaterra disse: “Mesmo que o pássaro que deu origem ao ovo de galinha não fosse uma galinha, o correto é dizer que o ovo veio primeiro. Se um canguru botasse um ovo e dele saísse um avestruz, o ovo seria de avestruz, não de canguru”.                                                                                                                                                    - Discordo de tudo que a senhora pontuou, Dona Conceição.                                                                                              - Então derrube os argumentos que ofereci.                                                                                             - Derrube a senhora os meus, se puder!                                                                                                                                  -Pois o Senhor é um frango!                                                                                                                                     - E a senhora, uma maricota!                                                                                                                                Após a discussão ambos abandonaram o recinto e seguiram para seus respectivos poleiros. Ainda hoje ninguém resolveu essa peleja entre os dois e nem quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
Fonte: A crônica “Dona Conceição e o Senhor Joaquim” contém dados científicos baseados em: . Acesso em: 21 jan. 2020. . Acesso em: 21 jan. 2020.
Ampliando o Contexto:
1- Quem são as duas personagens que dão nome à Crônica?
2- Dona Conceição refere-se ao Senhor Joaquim como “frango” (terceiro parágrafo). Qual a intenção de Dona Conceição ao fazer isso? Assinale a correta:
a) Como Senhor Joaquim é um galo, a intenção dela é usar um sinônimo (palavra cujo sentido se aproxima do sentido de outra) para referir-se a ele, ou seja, frango.
b) Dona Conceição cria um sentido pejorativo para a palavra frango e, ao referir-se ao Senhor Joaquim dessa forma, tenta diminuí-lo e insultá-lo.
c)Dona Conceição usa um estrangeirismo. Ela voltará a fazê-lo novamente ao referir-se ao Senhor Joaquim como “gajo”.
d) Dona Conceição usa o termo frango porque desconhece a diferença entre frangos e galos.
3- Qual a reação do Senhor Joaquim ao ser chamado de “frango”?
4- No trecho “John Brookfield, especialista em genética da evolução da Universidade de Nottingham, na Inglaterra afirmou: ‘Quando a galinha ainda era um ovo, ainda assim ela era da espécie Gallus gallus.’”. O verbo de ligação era é repetido duas vezes. Nesse enunciado, o efeito causado por essa repetição é:
a) O verbo, usado de forma repetida, enfatiza a ideia da origem da espécie: a galinha, já quando era um ovo, estava destinada a se tornar da espécie Gallus Gallus e não outra qualquer.
b) O verbo é repetido por um erro cometido pelo narrador de forma intencional: a galinha era um ovo, mas poderia ser de qualquer espécie depois
c) O verbo é repetido para enfatizar apenas uma das duas características essenciais do ovo: ser da espécie Gallus gallus e ser, portanto, Galo e não galinha.
d) O verbo ser é repetido na sentença, mas poderia ser trocado por um sinal de pontuação (uma vírgula, por exemplo) ou por outro verbo de ligação (ser, estar, parecer, permanecer, tornar-se) sem prejuízo do efeito de sentido conseguido com a repetição dele.
5- Complete: Dona Conceição e Seu Joaquim defendem diferentes pontos de vista sobre a questão “Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha”.
Dona Conceição defende que foi ________________________ e Seu Joaquim que foi ____________________________________.
Situação de Aprendizagem 03                                                                                                                                 A arte da argumentação
Gênero Charge
Leia a charge abaixo:
1- Em uma charge, elementos da linguagem verbal (texto escrito que representa, por exemplo, a fala de uma personagem) e não verbal (como imagens e cores) se articulam para produzir sentidos. Assinale abaixo quais elementos compõem cada uma delas.
 Use (LV) para Linguagem Verbal e (LNV) para Linguagem Não Verbal:
a) (    ) Imagem em preto e branco da personagem teclando no computador
b ) (    ) “Minha opinião não é a mesma que a tua, tudo bem?”
c)  (     ) Imagem de dois braços segurando um taco que se projeta para fora do computador.
 d) (    ) Cores da imagem.
e) (    ) “Claro”.
f)  (    ) Intolerância nossa de cada dia.
2- Imagine que os elementos da linguagem verbal fossem retirados da charge. Qual seria o sentido que ela teria para o leitor?
3- Qual o sentido da charge para o leitor, quando todos os elementos estão presentes?
4- A partir da leitura da charge pode-se afirmar que há uma ironia quando os elementos verbais e não verbais do texto se articulam. Explique como esse processo acontece
5- No texto, a palavra “CLARO” aparece grafada com letras maiúsculas. Por que isso acontece?
6- Você  conhece  alguém  que    passou  por  uma  situação  parecida?  Cite exemplos.

Situação de Aprendizagem 04                                                                                                                 Aprendendo a Contra-Argumentar
Agora que você já consegue identificar algumas formas de violência geradas pela intolerância quanto a diferença, suas características, manifestações e definição esperam-se que você tenha concluído que é um ato criminoso, o qual é previsto em legislação específica e passível de punição.
Com base nessa informação inicial, faça a leitura dos textos a seguir:
Texto I
Artigo 5º, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. “[...]
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]”
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; [...]”
Texto II
DISCURSO DE ÓDIO
É todo ato ou conduta que incita discriminação de raça, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, dentre outras contra pessoas ou grupos.                                                                         Por ser um tipo de comunicação, ela pode ser feita das mais variadas formas: sutil ou grosseira, presencial ou virtual, verbal ou não verbal. Seja de qual forma for o ato, sempre visa ofender e intimidar, convocando à violência.                                                                                                           As vítimas do discurso de ódio sofrem danos físicos e psicológicos. Não raro, há casos em que o discurso de ódio se converte em linchamentos, torturas e até homicídios, existem casos também onde a vítima não suporta os ataques e comete automutilação ou suicídio.                              No contexto escolar o Bullying e o Cyberbullying geralmente carregam discursos de ódio.                       A prática e a difusão do discurso de ódio é proibido no Brasil e em diversos países do mundo e não deve ser confundido com liberdade de expressão.
Texto 3
Se liga na letra
Eu discordo da postura e da conduta daqueles que promovem discurso de ódio contra qualquer pessoa, seja por qual motivo for. Esconder-se atrás do direito de liberdade de expressão para ir contra o direito do outro não pode servir de argumento que justifique a prática. Todo aquele que incentiva esse tipo de discurso, caso resulte em prejuízo ou dano a qualquer cidadão, seja físico ou psicológico, deve ser punido com os rigores da lei.                     Também é uma atitude igualmente reprovável “curtir” e “compartilhar” discursos de ódio, uma vez que isso pode incentivar, fazer com que o agressor permaneça com a prática e continue disseminando o discurso. Dessa forma, ele pode prejudicar muito mais gente.                          Por fim, há aqueles que presenciam, mas nada fazem, nem compartilham e nem curtem, muito menos denunciam, agem como se nada estivesse acontecendo, estas pessoas também são tão responsáveis pela disseminação do discurso de ódio quanto os outros.
1- Todas as afirmações abaixo ressaltam a posição do autor com relação à divulgação dos discursos de ódio, exceto:
a) Eu discordo da postura e da conduta daqueles que promovem discurso de ódio.
b) Também é uma atitude igualmente reprovável “curtir” e “compartilhar” discursos de ódio.
c) Discurso de ódio: É todo ato ou conduta que incita discriminação de raça, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, dentre outras contra pessoas ou grupos.
d) Estas  pessoas  também  são  tão  responsáveis  pela  disseminação  do discurso de ódio quanto os outros.
2- Depois de ler os textos acima, escreva um pequeno parágrafo que exponha sua ideia sobre o que é liberdade de expressão.
3- De acordo com a leitura do texto 2 e dos conhecimentos construídos ao longo do desenvolvimento das atividades anteriores, o que é discurso de ódio para você?
4- Para você, qual é a relação entre liberdade de expressão e discurso de ódio?
5- Muitas pessoas argumentam que possuem liberdade para expressar suas ideias, independentemente do teor delas. No texto 3, identifique e sublinhe os argumentos usados pelo autor.
6- Explique os efeitos de sentido de contra-argumentação na construção da argumentação.
Denuncie
Agora que você já sabe diferenciar liberdade de expressão de discurso de ódio é necessário conhecer meios de denunciar as  práticas  de intolerância, discriminação, preconceito e ódio manifestadas na internet, principalmente nas redes sociais.
Existem muitos canais que acolhem denúncias contra discursos de ódio na internet: sites, blogs, fóruns e até nas próprias redes sociais há meios de denunciar. Há também os canais governamentais de atendimento ao cidadão. Supostamente você presenciou um discurso de ódio em sua rede social, denuncie preenchendo o formulário do MPF:







Situação de Aprendizagem 05                                                                                                                             Os Tipos de Intolerância
Leia o Organograma abaixo:
a) O organograma acima mostra alguns fatores que desencadeiam posturas intolerantes. De acordo com seu ponto de vista, como você os agruparia em conjuntos semelhantes?
b)  Quais foram os critérios utilizados para o seu agrupamento? Justifique.

Situação de Aprendizagem 06                                                                                                              Combatendo o Ódio através do Texto Literário
Texto I
CONTRA-NARRATIVA
É uma narrativa que se opõe a outra, geralmente mais conhecida ou divulgada.                           É comumente utilizada para dar voz a grupos silenciados/marginalizados que passam a ter espaço e podem falar sobre si mesmos.                                                                                                     As contra-narrativas são uma forma de combater os discursos de ódio e seu principal objetivo é desconstruir narrativas comuns de discriminação e intolerância. Possuem uma abordagem propositiva, focada no diálogo, no respeito às diferenças, na igualdade e na liberdade.                                                                                                                                                                      São construídas com base em dados e fatos, apelam à sensibilidade, humanidade e algumas de tão positivas chegam a ser bem-humoradas. Sua vocação é possibilitar a empatia, uma vez que traz experiências que suscitam diferentes pontos de vista a respeito do objeto que combatem.
Texto II
MEU LAR: A RUA!
Me chamo Sebastião, tenho 71 anos de idade, moro nas ruas de São Paulo há 15 anos, passo meus dias fazendo pequenos trabalhos que consigo aqui e acolá, a maioria das vezes recolho latinha e papelão para reciclagem e ganho alguns trocados, outras consigo serviços de jardinagem ou como chapa, fazendo cargas e descargas no centro.                                                    Costumo ficar nas imediações da Praça da Sé e quando está muito frio durmo debaixo de um viaduto próximo, onde me junto a muitas outras pessoas na mesma situação que a minha. Nas ruas encontramos muitos tipos de pessoas, das mais simples às mais estudadas, já conheci ex-jogadores de futebol, advogados, engenheiros, administradores e até médicos, pessoas inclusive bem-sucedidas e de famílias ricas, todos tendo o céu, a lua e as estrelas como teto.                      A propósito sou arquiteto de formação, trabalhei em importantes obras aqui em SP, uma delas foi a construção do Edifício Copam, onde fiz parte da equipe liderada pelo famoso arquiteto “Oscar Niemeyer”, auxiliei tanto no desenho da planta quanto na inspeção da obra, ganhei muito dinheiro, admito, contudo não me julgo importante por isso, a vida muda, veja só a minha condição atual.                                                                                                                                           Minha história é um pouco triste e nem cabe nestas linhas, fui alguém que cometeu muitos erros e me arrependo muito por todos eles. Tenho família, filhos e netos, jamais os culpo pela minha situação hoje, eles não têm nenhuma culpa, muitas vezes eles tentaram e até continuam tentando me tirar desta situação.                                                                                                            O que mais me deixa triste é a forma como as pessoas me tratam nas ruas, mudam de calçada ou se distanciam quando cruzam comigo, algumas fazem alguns comentários maldosos e outras até me xingam. Tem gente que me manda arrumar emprego e que sou um peso para a minha família e para a sociedade.                                                                                                                       Certa vez um rapaz bem jovem, retirou sua filhinha de perto de mim alegando que eu poderia lhe transmitir alguma doença, que eu era “imundo” e que não chegasse perto da menina, pois ela veio conversar comigo. Foi uma das poucas vezes que me senti muito feliz e triste ao mesmo tempo, feliz por alguém, mesmo uma criança, sorrir e conversar comigo sem julgamentos e agressividade, e triste pela reação do pai.                                                                                     Já fui agredido inúmeras vezes na rua, já me jogaram água em dias de muito frio, já tive meus poucos pertences roubados ou recolhidos, já me ofereceram até drogas, é, você pode não acreditar, mas nunca usei drogas e detesto bebida alcóolica e cigarro. Sou recorrentemente confundido como alguém que é viciado em drogas, “velho nóia” é a frase que mais escuto.               O preconceito e a discriminação tomaram conta de muitas pessoas e a grande maioria delas pensa que morar nas ruas é só para quem é usuário de drogas, vagabundo ou aqueles que têm algum tipo de problema mental, mas não é bem assim.                                                                                            Nas ruas tem todo tipo de gente, existem muitas que a pobreza e a falta de oportunidades a colocaram nesta situação com toda sua família, tem pessoas como eu que devido a tantas circunstâncias estão nas ruas, outras que desaprenderam a viver em sociedade, que não sabem mais dormir em uma cama ou comer em uma mesa, é triste, mas é verdade, tem outras que realmente estão nas ruas pelo vício das drogas e a família não aceita mais e se tornaram, além de escravo da droga, rejeitado por todos.                                                                                             Mas o que não dá mais para aceitar é o preconceito e a discriminação porque somos pobres, pobres não apenas de dinheiro, mas de afeto, carinho e consideração. Até mesmo os animais de rua possuem maior consideração por parte da sociedade do que nós, eu amo cachorro, tenho dois, eles são meus companheiros, já teve situações que a comida chegou para eles e não para mim, fico feliz, pois eles estão alimentados.
Ampliando o Contexto:
1- O que você sentiu a ler o texto? Percebeu algum tipo de preconceito e intolerância no relato? Explique.
2- A turma poderá escolher um colega para fazer a leitura do texto 2 “Meu Lar: A Rua!” em voz alta (teatralizada). Após acompanhar a leitura, responda:
a)  Qual a diferença entre as leituras individual e dramática?
b)  Qual das leituras trouxe maiores sensações? Explique.


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